ENTREVISTAS

CAROL GALVÃO, ÁRBITRA NACIONAL, DE NATAL PARA O MUNDO DA ARBITRAGEM, EM ENTREVISTA EXCLUSIVA

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Ana Carolina de Andrade Galvão Natal/RN, formada em Educação Física, Árbitra Nacional, deixou sua cidade natal, Natal e foi para São Paulo em busca de um grande sonho: continuar ao lado do basquete e aprimorando sua arbitragem.

            Bonita, elegante e muita distinção são alguns adjetivos para definir a árbitra Carolina Galvão, mesmo em sua jornada de trabalho nesta reta final da LBF, a amiga Carolzinha, gentilmente arrumou um tempinho para esta entrevista, acompanhe:

 Carol como é ser árbitro de basquete? Que estudo tem que fazer? E como se faz para chegar a ser um arbitro de categoria internacional?

Bom Marquinhos, ser árbitro de basquete é uma função que demanda bastante estudo, preparação física, preparação psicológica, ter conhecimento do jogo, é importante também ter aceitação e trabalhar sempre respeitando a todos os envolvidos numa partida.

 Temos que estudar principalmente as regras do jogo e ter o discernimento para aplicá-las da melhor maneira durante o jogo. Assistir jogos, vídeos... estar sempre atualizado e estudando. Hoje a FIBA está com programas de desenvolvimento de jovens talentos para acompanhar e preparar o árbitro já novo para uma carreira internacional, e o árbitro que quer chegar precisa atender todos os pré-requisitos. Estudar, estudar, estudar rsrs, estar bem preparado fisicamente, mentalmente, é importante falar mais de uma língua e ter idade abaixo dos 35 anos!

 Faça um resumo de sua carreira como árbitra, desde quando começou até ao destaque internacional dos dias de hoje?

Comecei muito cedo, quando jogava na escola e fazíamos viagens para jogar em outros estados eu sempre pedia para o professor para apitar os jogos seguidos, jogava o meu e apitava os outros. Fui me apaixonando desde muito nova. Aos 19 já estava na Federação do meu Estado (Rio Grande do Norte) e fui desenvolvendo esse talento pra arbitragem, participei de dois Campeonatos Brasileiros de Base e em ambos fui escalada para apitar a final pelo Sr. Geraldo Fontana (hoje diretor da FIBA).

 Aos 23 já iria me postular a Categoria Nacional mas por algumas situações que não dependiam de mim não consegui participar da clínica. Acabei parando por 6 anos. Voltei aos 29 anos, como diretora de arbitragem da minha federação, reacendeu a chama e fui batalhar pelos meus sonhos, um ano depois me tornei Árbitra Nacional e 6 meses depois já estava tendo a minha primeira oportunidade no alto rendimento, apitei 3 jogos da LBF, conheci vários árbitros que me incentivaram a buscar algo maior, a estar mais perto da onde o basquete acontecia. Minha federação estava passando por problemas jurídicos e não tive apoio, então fui atrás das oportunidades, apitei alguns brasileiros de base, jogos escolares da juventude, campeonatos adultos regionais... e vi que não estava satisfeita com apenas aquilo... foi então quando decidi me mudar pra São Paulo... e aí foi quando a carreira deu um boomm!

 Muitos jogos, muitosss rsrs! Fui trabalhando e conquistando o meu espaço dentro do basquete paulista e começaram a aparecer oportunidades grandes, apitar o paulista Adulto masculino foi uma conquista muito celebrada por mim. E há dois anos estou muito ativamente tendo oportunidades na LBF, apitei dois anos seguidos o Jogo das Estrelas, ano passado pude apitar um dos jogos finais e espero que esse ano possa também desfrutar desse presente que é apitar uma final.

 A carreira de árbitro é construída por momentos incríveis e momentos ruins também, e é desses momentos ruins que você precisa tirar as lições para não errar e se errar aprender realmente com os erros. A gratidão deve ser um sentimento que tem que te acompanhar durante todo o tempo. Sou grata a cada um que pôde me dar oportunidades de mostrar o meu trabalho e poder continuar a construir a minha carreira de maneira vitoriosa com muito respeito a todos.

 O jogo, a cada vez mais rápido o contato físico é inevitável, como o árbitro administra tudo isso bem como as faltas de ataque ou de defesa, tudo isso em alta velocidade, qual a maior dificuldade para apitar um jogo?

Sim, cada vez mais rápido, muito físico e pra administrar essas situações temos que estar extremamente bem preparados e bem colocados na quadra de jogo pra poder tomar a melhor decisão. A minha maior dificuldade é procurar sempre a melhor posição para não perder possíveis faltas, violações...

 Sou bem baixinha né?! Rs, por isso durante o jogo todo procuro traçar estratégias para não perder nada.
 Você tem outra atividade? Você tem um restaurante em Natal, fale um pouco da Carol e sua culinária

Atualmente estou me dedicando 100% a arbitragem. Eu não tenho um restaurante, tenho um Instagram que dá dicas de onde comer em SP. Mas essa atividade é um hobby, adoro comer bem. E amo dar dicas pra toda galera que, como eu, adoooora comer bem

 Um fato curioso em sua carreira

Sempre que digo que sou árbitra as pessoas: - Nossa! mas desse tamanhinho?! E você apita jogo daqueles caras de 2m de altura?!

 Você já enfrentou alguma situação de ameaça de torcedores?

Graças a Deus não! Mas passamos por situações bem chatas principalmente nos jogos de categoria menor! Os pais das crianças perderam totalmente a noção do espírito esportivo e vão ao ginásio pra ofender e não para torcer para os seus filhos. E isso tem se tornado cada vez pior.

  O número de mulheres na arbitragem tem aumentado. Como é para uma mulher apitar um jogo masculino?

Sim, as mulheres tem aparecido mais e isso é muito bom. Devido ao meio ser bem masculino, você tem que estar muito bem preparada, fisicamente e mentalmente para trabalhar com excelência. Nós somos tão capacitadas quanto os homens para atuar num jogo masculino. Mas infelizmente temos que lidar com o preconceito e machismo desse ambiente. E a melhor maneira é estar extremamente bem preparada.

 Seus planos para os próximos anos?

Continuar trabalhando sério e com dedicação para chegar no mais alto nível do basquete brasileiro. Trabalhando com excelência.

COMPETIÇÃO DE TRÊS PONTOS

Uma cidade – Natal RN

Um país - Brasil

Prato preferido – Qualquer um com camarão.

Um sonho realizado – poder trabalhar com o que Amo

Um sonho a realizar – chegar ao NBB.

Um ídolo - Minha mãe

Imprensa – Importante

Um homem bonito – Cauã Reymond

O que você mais gosta – Comer bem

O que mais detesta – Inveja

A cesta mais certeira de sua vida – Ter vindo morar em São Paulo e aqui ter acreditado e realizado alguns dos meus sonhos

Carol , quero que deixe uma mensagem para meus leitores

Primeiro gostaria de agradecer o teu carinho comigo, desde sempre. Obrigada pela oportunidade de falar um pouco sobre a minha carreira. Quero deixar uma mensagem de incentivo para todos que um dia pensam em seguir essa carreira tão difícil, mas ENCANTADORA.

Estudem, se dediquem, respeitem e principalmente façam com responsabilidade e AMOR. Momentos difíceis são muitos, mas as conquistas passam por cima feito rolo compressor. E nunca desistam. Queiram sempre ser os melhores. Sempre lutem para alcançar o possível e o impossível! E nunca queiram passar por cima de ninguém, nunca! Beijo carinhoso a todos.

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